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Mágica Mouraria
Mariama Injai
2019
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Mágica Mouraria
Mariama Injai
2019
Artigo retirado da edição 11 do Jornal Rosa Maria. Esta edição poderá ser consultada na íntegra aqui.


Registos do ambiente da vizinhança que se observava, numa tarde de domingo
Sou uma mulher negra, tenho 32 anos e pertenço à categoria de afrodescendentes já que nasci e cresci em Portugal e meus pais são da Guiné-Bissau. A integração foi difícil para todos da minha família. Desde nova, absorvi e aprendi que deveria corresponder às expectativas de um imaginário branqueado, no qual eu nunca me encaixei. A afrodescendência trouxe-me sempre muitas questões relativas à minha identidade. O facto de viver numa sociedade que tende a categorizar cada vez mais, torna difícil construir um sentimento de pertença a um lugar. Esta categoria onde a sociedade nos tende a colocar pode ser determinante muitas vezes de como seremos recebidos neste mundo. A consequência disto é que, nem sempre, essas mesmas categorias são inclusivas, sendo muitos os que se sentem excluídos.
Lisboa é uma cidade que contempla diferentes nacionalidades, identidades, culturas e costumes. Mudei-me para cá recentemente e depois de alguns passeios em busca dos recantos desta nova cidade, deparei-me com a maravilhosa Mouraria. Um bairro super inclusivo, uma atmosfera particular com energia peculiar, culturalmente diversa e marcada por histórias e encontros impressionantes.
A pluralidade cultural das pessoas que coabitam este bairro traz uma riqueza e nobreza a esta zona tão dinâmica que eu nunca havia experienciado antes. Várias são as pessoas que vivem, trabalham ou simplesmente passam neste local e que manifestam um senso de comunidade singular. As ruas estreitas, as escadarias alternadas com paredes cheias de cores e padrões, os sinais de antiguidade de alguns edifícios e a proximidade entre os moradores são atributos muito tradicionais e característicos que podemos ver numa caminhada exploratória pelo bairro.
A Mouraria foi um lugar que nunca me rotulou, sempre me incluiu e me fez acreditar que existem locais em que a multiculturalidade é vista como ponto positivo, sem hesitação, apenas aceitação. Depois de sentir a energia e a magia de vivenciar o bairro, maior se tornou a minha esperança de encontrar mais sítios em que a minha identidade não seja questionada e sim sempre acolhida tão bem.
Lisboa é uma cidade que contempla diferentes nacionalidades, identidades, culturas e costumes. Mudei-me para cá recentemente e depois de alguns passeios em busca dos recantos desta nova cidade, deparei-me com a maravilhosa Mouraria. Um bairro super inclusivo, uma atmosfera particular com energia peculiar, culturalmente diversa e marcada por histórias e encontros impressionantes.
A pluralidade cultural das pessoas que coabitam este bairro traz uma riqueza e nobreza a esta zona tão dinâmica que eu nunca havia experienciado antes. Várias são as pessoas que vivem, trabalham ou simplesmente passam neste local e que manifestam um senso de comunidade singular. As ruas estreitas, as escadarias alternadas com paredes cheias de cores e padrões, os sinais de antiguidade de alguns edifícios e a proximidade entre os moradores são atributos muito tradicionais e característicos que podemos ver numa caminhada exploratória pelo bairro.
A Mouraria foi um lugar que nunca me rotulou, sempre me incluiu e me fez acreditar que existem locais em que a multiculturalidade é vista como ponto positivo, sem hesitação, apenas aceitação. Depois de sentir a energia e a magia de vivenciar o bairro, maior se tornou a minha esperança de encontrar mais sítios em que a minha identidade não seja questionada e sim sempre acolhida tão bem.