︎︎︎ Menu
︎︎︎ VOLTAR
Momo [excerto]
Michael EndeEscolhido por Paulina Stemmler
2020
Conteúdo retirado do livro Mundos daqui e além mar, publicado pela Associação Renovar a Mouraria. Esta história poderá ser ouvida, na sua língua original, aqui.
Momo [excerto]
Michael EndeEscolhido por Paulina Stemmler
2020
Conteúdo retirado do livro Mundos daqui e além mar, publicado pela Associação Renovar a Mouraria. Esta história poderá ser ouvida, na sua língua original, aqui.
#históriasdomundo
#mundonamouraria

[tradução em português]
Ela tinha os cabelos encaracolados, pretos e desarranjados que pareciam nunca ter sido tocados com um pente ou com uma tesoura. Ela tinha olhos muito grandes, bonitos, também pretos, sendo que os pés eram da mesma cor porque andava quase sempre descalça. Somente no Inverno usava, por vezes, sapatos, mas eram dois sapatos diferentes, que não cabiam juntos e eram demasiado grandes para ela. A sua saia havia sido cosida a partir de todo o tipo de retalhos coloridos e chegava até aos tornozelos. Por cima desta usava um casaco velho e demasiado largo, com as mangas viradas nos pulsos. Momo não queria cortá-lo, porque pensava que ainda iria crescer. E quem poderia saber se ela voltaria a encontrar um casaco tão bonito e prático com tantos bolsos?
Uma vez, à hora do almoço, alguns homens e mulheres das redondezas foram ter com ela e tentaram fazer-lhe perguntas:
A criança olhou para as pessoas indefesas e levantou um pouco os ombros.
E assim continua esta história, a história da Momo, uma menina que quer lutar contra os homens cinzentos que roubam o tempo das pessoas. Portanto, trata-se da sociedade moderna e da coisa mais preciosa que temos - o tempo.
[original]
Sie hatte einenwilden, pechschwarzen Lockenkopf, der so aus sah, als ob er noch nie mit einem Kamm oder einer Schere in Berührung gekommen wäre. Sie hatte sehr große, wunderschöne und ebenfalls pechschwarze Augen und Füße von derselben Farbe, denn sie lief fast immer barfuß. Nur im Winter trug sie manchmal Schuhe, aber es waren zwei verschiedene Schuhe, die nicht zusammen passten und ihr außerdem viel zu groß waren, Das kam daher, dass Momo eben nichts besaß, also was sie irgendwo fand oder geschenkt bekam. Ihr Rock war aus allerlei bunten Flicken zusammengenäht und reichte ihr bis auf die Fußknöchel. Darüber trug sie eine alte, viel zu weite Männerjacke, deren Ärmel an den Handgelenken umgekrempelt waren. Abschneiden wollte Momo sie nicht, weil sie vorsorglich daran dachte, dass sie ja noch wachsen würde. Und wer konnte wissen, ob sie jemals wieder eine so schöne und praktische Jacke mit so vielen Taschen finden würde.
Eines Mittags kamen ein paar Männer und Frauen aus der näheren Umgebung zu ihr und versuchten sie auszufragen:
Das Kind schaute die Leute ratlos an und hob ein wenig die Schultern.
Und so geht diese Geschichte weiter. Die Geschichte von Momo, einem kleinen Mädchen, die gegen die grauen Männ haft und das kostbarste was wir haben, nämlich die Zeit.
Ela tinha os cabelos encaracolados, pretos e desarranjados que pareciam nunca ter sido tocados com um pente ou com uma tesoura. Ela tinha olhos muito grandes, bonitos, também pretos, sendo que os pés eram da mesma cor porque andava quase sempre descalça. Somente no Inverno usava, por vezes, sapatos, mas eram dois sapatos diferentes, que não cabiam juntos e eram demasiado grandes para ela. A sua saia havia sido cosida a partir de todo o tipo de retalhos coloridos e chegava até aos tornozelos. Por cima desta usava um casaco velho e demasiado largo, com as mangas viradas nos pulsos. Momo não queria cortá-lo, porque pensava que ainda iria crescer. E quem poderia saber se ela voltaria a encontrar um casaco tão bonito e prático com tantos bolsos?
Uma vez, à hora do almoço, alguns homens e mulheres das redondezas foram ter com ela e tentaram fazer-lhe perguntas:
“Então”, disse um dos homens, “gostas disto aqui?”.
“Sim”, respondeu Momo.
“E queres ficar aqui?”
“Sim, com prazer”.
“Mas não há ninguém à tua espera em algum lugar?”
“Não”.
“Quer dizer que não tens de voltar para casa?”
“É aqui que estou em casa”, Momo tranquilizou-o rapidamente.
“De onde vens? Quem são os teus pais?”.
A criança olhou para as pessoas indefesas e levantou um pouco os ombros.
“Dizes que te chamas Momo, certo?”
“Sim”.
“É um nome bonito, mas nunca o tinha ouvido antes. Quem te deu esse nome?”
“Eu”, disse Momo.
“Chamaste-te assim?”
“Sim”.
E assim continua esta história, a história da Momo, uma menina que quer lutar contra os homens cinzentos que roubam o tempo das pessoas. Portanto, trata-se da sociedade moderna e da coisa mais preciosa que temos - o tempo.
[original]
Sie hatte einenwilden, pechschwarzen Lockenkopf, der so aus sah, als ob er noch nie mit einem Kamm oder einer Schere in Berührung gekommen wäre. Sie hatte sehr große, wunderschöne und ebenfalls pechschwarze Augen und Füße von derselben Farbe, denn sie lief fast immer barfuß. Nur im Winter trug sie manchmal Schuhe, aber es waren zwei verschiedene Schuhe, die nicht zusammen passten und ihr außerdem viel zu groß waren, Das kam daher, dass Momo eben nichts besaß, also was sie irgendwo fand oder geschenkt bekam. Ihr Rock war aus allerlei bunten Flicken zusammengenäht und reichte ihr bis auf die Fußknöchel. Darüber trug sie eine alte, viel zu weite Männerjacke, deren Ärmel an den Handgelenken umgekrempelt waren. Abschneiden wollte Momo sie nicht, weil sie vorsorglich daran dachte, dass sie ja noch wachsen würde. Und wer konnte wissen, ob sie jemals wieder eine so schöne und praktische Jacke mit so vielen Taschen finden würde.
Eines Mittags kamen ein paar Männer und Frauen aus der näheren Umgebung zu ihr und versuchten sie auszufragen:
“So”, sagte einer der Männer, “hier gefällt es dir also?”
“Ja”, antwortete Momo.
“Und du willst hier bleiben?”
“Ja, gern”
“Aber wirst du nirgendwo erwartet?”
“Nein”
“Ich meine, musst du denn nicht wieder nach Hause?”
“Ich bin hier zu Hause” versicherte Momo schnell.
“Wo kommst du denn her? Wer sind denn deine Eltern?”
Das Kind schaute die Leute ratlos an und hob ein wenig die Schultern.
“Du sagst, dass du Momo heißt, nicht wahr?”
“Ja”
“Das ist ein hübscher Name, aber ich habe ihn noch nie gehört. Wer hat dir denn den Namen gegeben?”
“Ich” sagte Momo
“Du hast dich selbst so genannt?”
“Ja”
Und so geht diese Geschichte weiter. Die Geschichte von Momo, einem kleinen Mädchen, die gegen die grauen Männ haft und das kostbarste was wir haben, nämlich die Zeit.